A Questão dos Bascos
A questão basca,
ou questão dos bascos, é um conflito territorial e étnico que surgiu
no final do século XV e início do XVI com a unificação da Espanha em um só
reino e a anexação da porção sul da região à Espanha e da porção norte da
região à França.
O País
Basco, como pode ser chamado, é composto por sete regiões tradicionais:
Álava, Biscaia, Guipúscoa e Navarra que compõem o território de Hegoalde na
Espanha, e Baixa Navarra, Lapurdi e Sola que compõem o território de Iparralde
na região francesa.
O povo
basco teria ocupado a região da Península Ibérica por volta de 2000 a.C. tendo
resistido durante séculos a invasões e à dominação por outros reinos, inclusive
os romanos. Sua cultura resistiu ao tempo e às conquistas, se tornando, a
língua basca, a língua mais antiga falada atualmente na Europa, mesmo
tendo surgido como língua escrita apenas no século XVI o que, apenas contribuiu
para fortalecer o espírito nacionalista do povo basco.
A
principal característica da questão basca é que os bascos lutam para manter sua
identidade como povo, sua língua, cultura e modo de vida. Ao invés de serem
incorporados por outra cultura, como a maioria dos povos que habitaram a
Península Ibérica e a Europa. Outro ponto interessante é o apoio que a luta
armada do grupo guerrilheiro ETA (Euzkadi Ta Askatana, que em
vasconço significa “Pátria Basca e Liberdade”) tem da população basca. Ou, pelo
menos tinha.
O ETA
surgiu em 1959 como um movimento socialista fundado através da união de
diversos grupos políticos que atuavam na região. Desde a Guerra Civil Espanhola (1936-39) e do bombardeio à
cidade de Guernica pelos nazistas alemães, então aliados dos anarquistas e
socialistas e, a proibição do vasconço (idioma falado nesse território) em todo
o território basco pelo general Franco, o sentimento nacionalista basco foi se
tornando cada vez mais forte. Estes fatos, também contribuíram para que o ETA
decidisse pela luta armada e tivessem o apoio da população.
Mas, com
o final da ditadura de Franco em 1975 e os direitos cedidos pela Constituição
de 1978 que defende o respeito pela diversidade cultural e linguística, e de um
estatuto especial assegurando à Catalunha, à Galiza e ao País Basco o direito de utilizar
suas próprias línguas e ainda outros direitos que lhes confere certa autonomia,
a guerrilha do grupo ETA começa a perder força ante a população basca.
Desta
forma, em março de 2006 o ETA declara uma trégua que durou apenas 14 meses. O
ETA já decretou várias tréguas desde 1981, mas, apenas oito delas foram de fato
efetivadas.
Atualmente
o Partido Nacionalista Basco (PNV) tenta um acordo com o governo espanhol para
a realização até o final de 2008, em caráter consultivo e, até 2010 de forma
definitiva, de dois plebiscitos onde o povo basco decidirá sobre o tipo de
governo a ser adotado e sobre a relação política entre o País Basco e a
Espanha. Mas, o primeiro ministro espanhol, José Luis Zapatero, rejeita o plano
Ibarretxe, como é chamado o plano lançado pelo PNV. Até lá as expectativas
apontam que o ETA deverá decretar mais um cessar fogo como próximo ao plebiscito como manifestação
de apoio ao PNV.
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